49ª MICSP: Mostra anuncia selecionados e programação
A 49ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo entre os dias 16 e 30 de outubro. Em 2025, o evento vai exibir , entre longas, curtas e séries, 374 títulos de 80 países em 52 salas de cinema, espaços culturais e CEUs espalhados pela capital paulista. Clique aqui para acessar a programação: (a) por filmes; (b) por datas; (c) por salas.
A abertura da 49ª MICSP ocorre na quarta-feira, 15, na Sala São Paulo, com a exibição do longa-metragem “Sirât“, de Oliver Laxe, vencedor do prêmio do júri do Festival de Cannes. As atrizes Stefania Gadda e Jade Oukid, que atuam na produção, estarão na sessão especial. Antes, será apresentado o curta-metragem “Como fotografar um fantasma“, do diretor e roteirista Charlie Kaufman, que estará no evento. Na cerimônia, a cineasta martinicana Euzhan Palcy receberá, em mãos, o Prêmio Humanidade. O quadrinista Mauricio de Sousa também sobe ao palco para receber o Prêmio Leon Cakoff.
O cineasta iraniano Jafar Panahi vem a São Paulo para apresentar o seu filme mais recente, “Foi apenas um acidente“, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes. Ele também receberá o Prêmio Humanidade e fará uma conversa com o público.
A Mostra apresenta duas ficções científicas do mexicano Guilhermo del Toro, “Frankenstein“, aplaudido no último Festival de Veneza, e “Cronos” (1992), primeiro filme do diretor para o cinema, exibido na 17ª Mostra.
“Jay Kelly“, do norte-americano Noah Baumbach, é o filme de encerramento da 49ª Mostra, que será exibido após a cerimônia de premiação da edição, em 30 de outubro.
Quinze títulos indicados pelos seus países para disputar uma vaga no Oscar de Melhor Filme Internacional em 2026 estão na programação da 49ª Mostra. São eles: o brasileiro “O agente secreto“, de Kleber Mendonça Filho; o alemão “O som da queda“, de Mascha Schilinski; o iraquiano “The president’s cake“, de Hasan Hadi; o sul-coreano “No other choice“, de Park Chan-wook; “Fiume o Morte!“, de Igor Bezinović; do Egito, “Feliz aniversário“, de Sarah Goher; da Espanha, “Sirât“, de Oliver Laxe; da França, “Foi apenas um acidente“, de Jafar Panahi; da Índia, “Homebound“, de Neeraj Ghaywan; do Iraque, “The president’s cake“, de Hasan Hadi; da Islândia, “O amor que resta“, de Hlynur Pálmason; do Líbano, “Um mundo triste e belo“, de Cyril Ayris; da Palestina, “Palestina 36“, de Annemarie Jacir; da Suécia, “Águias da República“, de Tarik Saleh; e de Taiwan, “Left-handed girl“, de Shih-Ching Tsou.
A programação da 49ª MICSP inclui diversos filmes que foram destaque nos principais festivais internacionais, tais como: “Sirât“, de Oliver Laxe; “O som da queda“, de Mascha Schilinski; “Urchin“, de Harris Dickinson; “Pai mãe irmã irmão“, de Jim Jarmusch; “A irmã mais nova“, de Hafsia Herzi; “Vida de fantasia“, de Matthew Shear; “No other choice“, de Park Chan-wook; “Dracula” e “Kontinental ’25“, de Radu Jude; “A incrível Eleanor“, de Scarlett Johansson; “Era uma vez em Gaza“, de Arab Nasser e Tarzan Nasser; “Christy“, de Brendan Canty; “Cabelo, papel, água…“, de Nicolas Graux; “Feliz aniversário“, de Sarah Goher; “A sombra do meu pai“, de Akinola Davies Jr.; “Sorry, baby“, de Eva Victor; “Fiume o Morte!“, de Igor Bezinović; “Jovens mães“, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne; “Maya, me dê um título“, de Michel Gondry; “Resurrection“, de Bi Gan; “The president’s cake“, de Hasan Hadi; “O riso e a faca“, de Pedro Pinho; “Blue moon” e “Nouvelle vague“, de Richard Linklater; “Se tiver medo, coloque o coração na boca e sorria“, de Marie Luise Lehner; “Caracol branco“, de Elsa Kremser e Levin Peter; “Atropia“, de Hailey Gates; “DJ Ahmet“, de Georgi Unkovski; “Ontem à noite conquistei Tebas“, de Gabriel Azorín; “O lago“, de Fabrice Aragno; “Abaixo das nuvens“, de Gianfranco Rosi; “Garça-Azul“, de Sophy Romvari; “Duas estações, dois desconhecidos“, de Sho Miyake; “No caminho“, de David Pablos; “Seis dias naquela primavera“, de Joachim Lafosse; e “Verão breve“, de Nastia Korkia.
Do Festival de Veneza, integrarão a 49ª MICSP: “Pai mãe irmã irmão“, de Jim Jarmusch, vencedor do Leão de Ouro; “Abaixo das nuvens“, de Gianfranco Rosi, vencedor do prêmio especial do júri; “Amiga silenciosa“, de Ildikó Enyedi, vencedor do Prêmio Marcello Mastroianni para jovens atores (para a atriz Luna Wedler) e do prêmio Fipresci de melhor filme; “No caminho“, de David Pablos, premiado na seção Horizontes como melhor filme e vencedor do Leão Queer; “Canções das árvores esquecidas“, de Anuparna Roy, vencedor do prêmio de melhor direção da seção Horizontes; “Terra perdida“, de Akio Fujimoto, vencedor do prêmio especial do júri da seção Horizontes, “Verão breve“, de Nastia Korkia, vencedor do Leão do Futuro – Prêmio “Luigi de Laurentiis” de melhor filme de estreia, “Memória“, de Vladlena Sandu, vencedor do prêmio do público da Jornada dos Autores (empatado com “Um mundo triste e belo“), “Um mundo triste e belo”, vencedor do prêmio do público da Jornada dos Autores (empatado com Memória); “Vainilla“, de Mayra Hermosillo, vencedor do prêmio de melhor roteiro para autores com menos de 40 anos; “Círculo reto“, de Oscar Hudson, vencedor do grande prêmio da semana internacional da crítica e do prêmio do júri jovem; e “Ish“, de Imran Perretta, vencedor do prêmio do público da semana internacional da crítica. Também se destacaram no evento italiano “Bugonia“, de Yorgos Lanthimos, e “Frankenstein“, de Guillermo del Toro.
Do Festival de Cannes, além do vencedor da Palma de Ouro, “Foi apenas um acidente“, de Jafar Panahi, serão exibidos na 49ª Mostra: “Era uma vez em Gaza“, de Arab Nasser e Tarzan Nasser, vencedor do prêmio de melhor direção da mostra Um Certo Olhar; “O som da queda“, de Mascha Schilinski, vencedor do prêmio do júri; “Cidade sem sonho“, de Guillermo Galoe, vencedor do prêmio SACD de melhor roteiro da Semana da Crítica; “Urchin“, de Harris Dickinson, vencedor do prêmio de melhor ator (para Frank Dillane) da mostra Um Certo Olhar; “A irmã mais nova“, de Hafsia Herzi, vencedor do prêmio de melhor atriz (para Nadia Melliti); “The president’s cake“, de Hasan Hadi, vencedor do prêmio Caméra d’Or para melhor filme de um diretor estreante e do prêmio do público da Quinzena dos Cineastas; “Sirât“, de Oliver Laxe, vencedor do prêmio do júri; “O riso e a faca“, de Pedro Pinho, vencedor do prêmio de melhor atriz (para Cleo Diára) na seção Um Certo Olhar; “A dança das raposas“, de Valéry Carnoy, vencedor do Europa Cinemas Label de melhor filme europeu e do Prêmio Coup de Cœur da SACD, concedido ao melhor filme francês da Quinzena dos Cineastas; e “Imago“, de Déni Oumar Pitsaev, vencedor do Olho de Ouro de melhor documentário.
Do Festival de Berlim, a Mostra apresenta: “Kontinental ’25“, de Radu Jude, vencedor do Urso de Prata de melhor roteiro; “Christy“, de Brendan Canty, vencedor do grande prêmio da seção Generation 14plus; “Blue moon“, de Richard Linklater, vencedor do prêmio de melhor atuação coadjuvante (para Andrew Scott); “Se tiver medo, coloque o coração na boca e sorria“, de Marie Luise Lehner, vencedor do prêmio Teddy especial do júri; “Fwends“, de Sophie Somerville, vencedor do Caligari Film Award da seção Fórum; “Serendipidade à beira-mar“, de Satoko Yokohama, que recebeu uma menção especial do júri da seção Generation Kplus; “A memória das borboletas“, de Tatiana Fuentes Sadowski, que recebeu uma menção especial do prêmio dedicado a documentários, além do prêmio da crítica da seção Fórum; e “O botânico“, de Jing Yi, vencedor do grande prêmio do júri internacional de melhor filme da seção Generation Kplus.
Dedicada à infância, a Mostrinha chega à segunda edição com 13 longas — nove inéditos e quatro reprises — e sete curtas que fazem parte de um programa de obras portuguesas e britânicas. “O diário de Pilar na Amazônia“, de Eduardo Vaisman e Rodrigo Van Der Put, abre as sessões voltadas às crianças, na Sala São Paulo, em 16 de outubro. O quadrinista Mauricio de Sousa, que assina a arte do pôster da 2ª Mostrinha, será homenageado com a exibição de filmes da Turma da Mônica e da cinebiografia inédita, dirigida por Pedro Vasconcelos, sobre o criador dos moradores do bairro do Limoeiro. Um dos destaques internacionais da programação é o novo trabalho de Michel Gondry, inédito no Brasil, “Maya, me dê um título“, realizado em homenagem à filha do cineasta francês.
A cineasta norte-americana Rebecca Miller, conhecida por filmes como “O tempo de cada um” (2002), “A vida íntima de Pippa Lee” (2009) e “O plano de Maggie” (2015), celebra os 30 anos da sua estreia na direção com a apresentação de “Angela: nas asas da imaginação” (1995). No CineSesc, antes da exibição do longa, ela conversa com os espectadores. Miller também está na programação da 49ª Mostra com outro trabalho, “Mr. Scorsese“, série documental do Apple TV+ sobre o diretor Martin Scorsese.
Além de “Mr. Scorsese“, a Mostra exibe três outras séries: a documental “Primavera nos dentes – a história do Secos & Molhados“, de Miguel de Almeida, que mergulha na trajetória apoteótica de um dos grupos mais revolucionários da MPB; “Choque de Cultura – a série“, do Canal Brasil, dirigida por Fernando Fraiha, e “Lona preta“, drama de Renato Ciasca e Francisco Garcia.
A filmografia do diretor sérvio Želimir Žilnik será revista a partir de três das suas obras fundamentais: “Primeiros trabalhos” (1969), longa-metragem de estreia do diretor, premiado com o Urso de Ouro do Festival de Berlim, “Marble ass” (1995), que recebeu o Teddy Bear também na Berlinale, e o recente “Depois dos oitenta“, apresentado na edição de 2025 do evento alemão.
Obras restauradas integram a programação da 49ª Mostra. Entre os títulos internacionais estão “Queen Kelly“, filme mudo com Gloria Swanson e dirigido por Erich von Stroheim em 1932. Na época, a atriz reclamou dos rumos do trabalho e pediu mudanças, com o diretor sendo demitido. Em 1933, a obra foi lançada na Europa e na América do Sul. Trechos do filme original aparecem em “Crepúsculo dos deuses” (1950), estrelado por Swanson e que conta com von Stroheim no papel de seu ex-diretor, ex-marido e atual mordomo. A versão restaurada passou no Festival de Veneza, com direção de Dennis Doros, incorporando materiais inéditos não censurados. Doros vem à Mostra para apresentar “Queen Kelly” e participar de uma mesa sobre restauro com a equipe da Cinemateca Brasileira. Além dele, o evento exibe uma cópia maior do indiano “Sholay” (1975), de Ramesh Sippy, que completa 50 anos desde a estreia, o português “Aniki-Bóbó” (1942), de Manoel de Oliveira, e o argelino “Crônica dos anos de fogo” (1975), de Mohammed Lakhdar-Hamina, que faleceu em maio de 2025 — pelo filme que estreou há cinco décadas, ele foi o primeiro cineasta árabe-africano a receber a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Na lista de exibições de títulos restaurados também estão os brasileiros “Cinema, aspirinas e urubus” (2005), de Marcelo Gomes, que comemora os 21 anos da primeira exibição do filme, na Mostra, “Lua Cambará – nas escadarias do palácio” (2002), de Rosemberg Cariry, “Tônica dominante” (2001), de Lina Chamie, “Um céu de estrelas” (1995), de Tata Amaral, que completa três décadas, e “Garota de Ipanema” (1967), de Leon Hirszman.
Títulos que abordam questões ligadas à causa Palestina estão na programação, como “Era uma vez em Gaza“, dos gêmeos palestinos Arab Nasser e Tarzan Nasser, “Yalla Parkour“, de Areeb Zuaiter, diretora multinacional radicada nos EUA, “Com Hasan em Gaza“, documentário do artista e cineasta palestino Kamal Aljafari, “Notas sobre um desterro“, obra documental do brasileiro Gustavo Castro sobre uma família brasileira-palestina, e “Palestina 36“, da diretora, roteirista e produtora palestina Annemarie Jacir.
Para lembrar dos 80 anos da bomba atômica de Hiroshima, a Mostra exibe “Alma errante – Hibakusha” (2025), curta do brasileiro Joel Yamaji que registra a história do sobrevivente Takashi Morita, e “Chuva negra” (1989), do japonês Shohei Imamura, que recebeu uma menção especial do júri ecumênico e ganhou o grande prêmio técnico do Festival de Cannes. O longa recria ficcionalmente o que aconteceu com quem não morreu na explosão, mas sofreu os efeitos destrutivos da radiação ao longo da vida. A sessão dupla especial, que vai ocorrer no Sato Cinema, será seguida de uma apresentação da música “Rosa de Hiroshima” (baseada no poema de 1946 do escritor Vinicius de Moraes), interpretada por Mariana de Moraes, filha de Vinicius, e por Gerson Conrad, do Secos & Molhados, grupo que eternizou a canção.
Uma das apresentações especiais da 49ª Mostra é o curta documental “Atelier Rolle, uma jornada“, de Fabrice Aragno e Jean-Paul Battaggia. O filme faz uma viagem micro-macroscópica pelo estúdio de Jean-Luc Godard em Rolle, na Suíça. Aragno, que estará em São Paulo para o festival, participa de uma conversa com o público após uma sessão dupla de “Atelier Rolle, uma jornada” com o longa “O lago“, também dirigido pelo cineasta.
Richard Ladkani, cineasta austríaco responsável pelo documentário “Yanuni“, é mais um convidado que participa de um papo com o público. O filme faz um retrato de Juma Xipaia, liderança indígena da Amazônia brasileira que sai de uma aldeia distante para a linha de frente da luta por justiça climática. Após sobreviver a seis tentativas de assassinato, ela é nomeada a primeira Secretária de Direitos Indígenas do Brasil — enquanto seu marido, Hugo Loss, agente federal do Ibama, lidera perigosas operações contra garimpeiros ilegais. Uma poderosa história sobre soberania indígena, amor e a luta urgente para proteger o planeta que chamamos de lar. Juma e Loss também estarão na conversa sobre a produção.
O júri da 49ª MICSP é composto pelo produtor sul-africano Atilla Salih Yücer (responsável pela produção de “Pai mãe irmã irmão“, que integra a seleção da Mostra), pelo produtor brasileiro baseado em Los Angeles Daniel Dreifuss, pela cineasta portuguesa Denise Fernandes (diretora de “Hanami“, premiado na 48ª Mostra), pela realizadora colombiana Laura Mora e pelo crítico-chefe da revista Variety, o norte-americano Peter Debruge.
Após exibições da Mostra em Manaus, em 2023, filmes desta 49ª edição novamente serão exibidos na capital do Amazonas, de 16 a 19 de outubro, e também vão, pela segunda vez, para Belém, de 23 a 29 de outubro.
A tradicional itinerância promovida pelo Sesc por cidades paulistas ocorrerá em dez unidades da instituição, de 14 de novembro a 14 de dezembro. Seis filmes da 49ª Mostra serão exibidos em Araraquara, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Preto, São Carlos, Birigui, Registro, Jundiaí e Campinas.
Obras em realidade virtual também integram a programação da 49ª Mostra. Filmes no formato estarão disponíveis no CineSesc, no Metrô Luz, no Metrô Itaquera, na Cinemateca Brasileira e no Shopping Cidade de São Paulo.
A Netflix volta a entregar um prêmio no festival. A honraria será concedida a um filme brasileiro da programação da Mostra que ainda não tenha contrato com um serviço de streaming.
Pela terceira vez será entregue o Prêmio Paradiso para um dos títulos selecionados da seção Mostra Brasil. A premiação vai apoiar a distribuição da obra nas salas de cinema do país.
Também pelo terceiro ano, o coletivo BRADA, de diretoras de arte, entrega um prêmio para a direção de arte de um filme.
A Mostra tem um aplicativo exclusivo em que é possível checar a programação e comprar ingressos. Além dele, a plataforma MLoad disponibiliza recursos de acessibilidade para 28 filmes da seleção — outros 53 títulos também serão acessíveis para pessoas com deficiência auditiva e visual, mas com os recursos já inseridos nas próprias cópias.
Para mais informações sobre a 49ª MICSP, acesse o site oficial clicando aqui. Acompanhe a nossa cobertura, com críticas dos filmes e matérias sobre o evento, antes do seu início (em 16 de outubro) e até mesmo depois do seu encerramento (em 30 de outubro).

