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Mostra divulga premiados da 43ª edição

System Crasher e Dente de Leite dividem o prêmio do júri internacional, que também concede o Troféu Bandeira Paulista ao documentário Honeyland

A entrega dos prêmios da 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo foi realizada durante a cerimônia de encerramento na noite da quarta-feira, 30/10, no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer. A solenidade foi apresentada por Serginho Groisman e Renata de Almeida.

Veja abaixo a lista completa dos títulos premiados na 43ª Mostra:

TROFÉU BANDEIRA PAULISTA 2019

PRÊMIO DO JÚRI INTERNACIONAL

Após serem exibidos na 43ª Mostra, os filmes da seção Competição Novos Diretores mais votados pelo público foram submetidos ao Júri Internacional, que escolheu Honeyland (clique aqui para ler a nossa crítica) como melhor documentário e System Crasher (clique aqui para ler a nossa crítica) e Dente de Leite como melhores longas de ficção. Os filmes recebem o Troféu Bandeira Paulista (uma criação da artista plástica Tomie Ohtake).

Conheça os filmes premiados pelo júri internacional:

MELHOR DOCUMENTÁRIO

HONEYLANDhttp://www.nossocinema.com.br/honeyland-o-drama-real-43-micsp/

Macedônia do Norte, 2019, cor, 85 min. Documentário. 

direção | roteiro Ljubomir Stefanov e Tamara Kotevska 

Em uma vila isolada na Macedônia do Norte, Hatidze, uma mulher de 50 e poucos anos, cuida de uma colônia de abelhas. Um dia, uma família itinerante se instala ao lado, e o reino pacífico de Hatidze dá lugar a motores barulhentos, sete crianças e 150 vacas. No entanto, ela se anima com a vizinhança e passa a dividir seus conselhos sobre apicultura, sua afeição e seu conhaque especial. Porém, Hussein, o patriarca dessa família, toma uma série de decisões que podem destruir o modo de vida de Hatidze para sempre. 

MELHOR FICÇÃO

SYSTEM CRASHER 

Alemanha, 2019, cor, 119 min. Ficção.

direção | roteiro Nora Fingscheidt

elenco Helena Zengel, Albrecht Schuch, Gabriela Maria Schmeide e Lisa Hagmeister

Benni é uma menina de nove anos revoltada, agressiva e imprevisível. A garota foi expulsa de todas as escolas onde estudou e não vive com a mãe, que tem medo dela. O serviço social contrata Micha, uma especialista em controle de raiva, para acompanhar Benni na escola.

DENTE DE LEITE

Austrália, 2019, cor, 117 min. Ficção.

direção Shannon Murphy

roteiro Rita Kalnejais

elenco Eliza Scanlen, Toby Wallace, Emily Barclay e Eugene Gilfedder

Milla, uma adolescente que está muito doente, apaixona-se por Moses, um pequeno traficante de drogas —para o desespero dos pais da menina. A jovem começa a ter uma nova vontade de viver, mas, aos poucos, vai deixando de lado os valores tradicionais e a moralidade. Ela começa a mostrar a todos ao seu redor —os pais, Moses, uma vizinha que está grávida— como é viver sem ter nada a perder. O novo comportamento de Milla poderia ser um desastre para a família, no entanto, em vez disso, ela ensina como ver graça no caos da vida.

Júri InternacionalBeto Brant, Lisandro Alonso, Maria de Medeiros Xénia Maingot.

PRÊMIO PROJETO PARADISO

Todos os diretores que tiveram títulos selecionados para a Mostra Brasil poderiam inscrever um novo projeto para concorrer a um prêmio oferecido pelo Projeto Paradiso, uma iniciativa do Instituto Olga Rabinovich. A bolsa, no valor de R$ 30 mil, é destinada ao roteirista do projeto em fase de desenvolvimento e inclui ainda mentoria nacional, consultoria internacional e participação no Workshop Audience Design do TorinoFilmLab no Brasil. 

O projeto premiado neste ano foi “O Campo dos Lobos Guarás”, de Bárbara Cunha e Paulo Caldas.

PRÊMIO DO PÚBLICO

O público da 43ª Mostra escolheu, entre os estrangeiros, Parasita, como melhor filme de ficção, e A Grande Muralha Verdecomo melhor documentário. Entre os brasileiros, Chorão: Marginal Alado recebe o prêmio de melhor documentário e Pacificadoo de melhor ficção.

A escolha do público é feita por votação. A cada sessão assistida, o espectador recebeu uma cédula para votar com uma escala de 1 a 5, entregue sempre ao final do filme. O resultado proporcional dos filmes com maiores pontuações determinou os vencedores.

Conheça os filmes premiados pelo público:

PRÊMIO DO PÚBLICO – MELHOR FICÇÃO BRASILEIRA    

PACIFICADO

Brasil, 2019, cor, 100 min. Ficção.

direção | roteiro Paxton Winters

elenco Bukassa Kabengele, Débora Nascimento, Cassia Gil, José Loreto

distribuição Fox

Rodado no labirinto de uma favela no Rio, Pacificado nos apresenta a história de Tati, uma garota de 14 anos que tenta manter sua mãe longe do vício, e de Jaca, um ex-traficante que finalmente está livre depois de passar anos na cadeia.

PRÊMIO DO PÚBLICO – MELHOR DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO

CHORÃO: MARGINAL ALADO

Brasil, 2019, cor & pb, 75 min. Documentário.

direção Felipe Novaes

roteiro Felipe Novaes, Hugo Prata, Matias Lovro

distribuição O2 Paly

Documentário sobre o cantor Chorão (1970-2013), vocalista da banda Charlie Brown Jr. Com depoimentos que englobam a vida particular e a trajetória profissional do cantor, imagens de acervo pessoal e da mídia, o filme percorre a história de um dos mais importantes astros do rock brasileiro.

PRÊMIO DO PÚBLICO – MELHOR FICÇÃO INTERNACIONAL    

PARASITA

Coreia do Sul, 2019, cor, 131 min. Ficção.

direção Bong Joon-ho

roteiro Bong Joon-ho e Jin Won Han

elenco Kang-ho Song, Sun-kyun Lee e Yeo-jeong Jo

distribuição Pandora Filmes e Alpha Filmes

A família de Ki-taek é bastante unida, mas precisa conviver com o desemprego e com um futuro sombrio no horizonte. Seu filho Ki-woo é recomendado por um amigo, estudante de uma universidade de prestígio, para um trabalho bem remunerado como tutor, o que gera a esperança de uma renda regular. Carregando as expectativas de todos os familiares, Ki-woo vai à casa dos Park para uma entrevista. Na residência do sr. Park, dono de uma empresa global de TI, ele conhece Yeon-kyo, a linda e jovem sra. Park. Esse primeiro encontro entre as duas famílias dá início a uma sequência incontrolável de problemas.

PRÊMIO DO PÚBLICO – MELHOR DOCUMENTÁRIO INTERNACIONAL 

A GRANDE MURALHA VERDE  

Reino Unido, 2019, cor/pb, 92 min. Documentário.

direção | roteiro Jared P. Scott

O produtor-executivo Fernando Meirelles (diretor de filmes como Cidade de Deus, O Jardineiro Fiel e Dois Papas, que encerrará a 43ª Mostra) e Inna Modja, cantora e ativista do Mali, nos levam a uma jornada épica pela Grande Muralha Verde da África —uma iniciativa ambiciosa para fazer crescer um “muro” de oito mil quilômetros de árvores que se estende por toda a largura do continente para restaurar a terra e fornecer um futuro para milhões de pessoas. Atravessando Senegal, Mali, Nigéria, Níger e Etiópia, Modja segue a florescente Grande Muralha Verde pela região do Sahel —um dos lugares mais vulneráveis da Terra, onde as temperaturas estão subindo 1,5 vezes mais rápido que a média global—, revelando as graves consequências da degradação severa do solo e da aceleração da mudança climática. A muralha visa combater o aumento da desertificação, da seca, da escassez de recursos, da radicalização, dos conflitos e da migração.

PRÊMIO DA ABRACCINE

A Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema também realiza tradicionalmente uma premiação que escolheu o melhor filme brasileiro entre os realizados por diretores estreantes. Neste ano, o eleito foi o longa Currais, de David Aguiar e Sabina Colares.

O filme foi escolhido “pela forma eficaz com que combina as linguagens documental e ficcional para realizar o resgate histórico essencial de um episódio pouco discutido de nosso passado e que muito revela, em suas similaridades com o presente, nossa insistência, como nação, não só em ignorar, mas punir os mais pobres por sua condição”.

PRÊMIO DA ABRACCINE 

CURRAIS

Brasil, 2019, cor, 90 min. Documentário.

direção | roteiro David Aguiar e Sabina Colares

Misto de documentário e ficção, acompanhamos Romeu, um personagem fictício que viaja pelo sertão do Nordeste em busca de respostas e vestígios dos campos de concentração onde, em 1932, flagelados da seca foram aprisionados em troca de sobrevivência. Romeu vai costurando memórias a partir de relatos reais, documentos e fotos.

Júri – Prêmio AbraccineNayara Reynaud, José Geraldo Couto e Pablo Villaça

PRÊMIO DA CRÍTICA

A imprensa especializada que cobre o evento e tradicionalmente confere o Prêmio da Crítica, também participou da premiação elegendo Aos Olhos de Ernesto como o melhor filme brasileiro e Honeyland como o melhor entre os estrangeiros.

Dirigido por Ana Luiza Azevedo, o longa Aos Olhos de Ernesto foi escolhido “por tratar a solidão de maneira realista, sem abrir mão do humor; por apostar com segurança num estilo narrativo que dialoga tanto com cinéfilos quanto  com amplas plateias”. 

Já o documentário Honeyland leva o prêmio por sua “habilidade em mergulhar o espectador em um universo tão particular e torná-lo próximo de sua carismática protagonista ao mesmo tempo em que, através desta, discute a importância da manifestação de uma consciência ambiental e social “.

Conheça os filmes premiados pela crítica:

MELHOR FILME BRASILEIRO

AOS OLHOS DE ERNESTO

Brasil, 2019, cor, 123 min. Ficção.

direção Ana Luiza Azevedo

roteiro Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado

elenco Jorge Bolani, Gabriela Poester, Jorde D’Elia e Julio Andrade

distribuição Elo Company

Ernesto, um fotógrafo uruguaio de 70 anos que vive no Brasil, vem enfrentando as limitações da velhice – como a solidão e a crescente cegueira, que ele acha que pode disfarçar de todos. Quando ficou viúvo, Ernesto passou a ocupar os silêncios com um disco rodando, os telefonemas do filho que mora longe, as idas ao banco para buscar sua escassa aposentadoria e as rápidas visitas do vizinho Javier. Mas Bia, uma descuidada cuidadora de cães, atropela a sua vida e coloca em risco seu metódico cotidiano. E Ernesto percebe que envelhecer pode ser rejuvenescer com a intensa companhia de uma menina que não tem nem trinta anos.

MELHOR FILME ESTRANGEIRO

HONEYLAND

Macedônia do Norte, 2019, cor, 85 min. Documentário. 

direção | roteiro Ljubomir Stefanov e Tamara Kotevska 

Em uma vila isolada na Macedônia do Norte, Hatidze, uma mulher de 50 e poucos anos, cuida de uma colônia de abelhas. Um dia, uma família itinerante se instala ao lado, e o reino pacífico de Hatidze dá lugar a motores barulhentos, sete crianças e 150 vacas. No entanto, ela se anima com a vizinhança e passa a dividir seus conselhos sobre apicultura, sua afeição e seu conhaque especial. Porém, Hussein, o patriarca dessa família, toma uma série de decisões que podem destruir o modo de vida de Hatidze para sempre.