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MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO: 44ª EDIÇÃO

Nós estamos bem ansiosos pela 44ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Mesmo sendo um ano de pandemia – e, portanto, muito atípico para o cinema -, a sétima arte não parou. Segundo informou Renata de Almeida, diretora da Mostra (há 29 anos!), ao responder o Nosso Cinema durante a coletiva de lançamento dessa edição, os produtores não “engavetaram” as produções prontas para o futuro.

Mostra Play

Para se adaptar a esses tempos peculiares, a MICSP exibirá seus filmes através de streaming, novidade em seus 44 anos. A plataforma “Festival Scope”, que é a mesma usada no Festival de Cannes (o que facilitou a aquisição dos filmes, segundo a diretora), aparecerá para nós (leia-se, pessoas no Brasil) como Mostra Play. Além dessa plataforma, haverá sessões no Belas Artes Drive-in (Memorial da América Latina) e Cinesesc Drive-in (unidade Sesc Parque Dom Pedro II). As plataformas Spcine Play e Sesc Digital darão acesso gratuito a 30 títulos.

Todos os filmes desta edição poderão ser acessados pelo site da Mostra (clique aqui), que irá direcionar para a Mostra Play. Os títulos custarão R$ 6,00 por visualização e poderão ser assistidos durante 24 horas. Não serão ofertados pacotes desta vez e haverá número limitado de visualizações por filme (cerca de duas mil por título, salvo alguns que terão maior restrição, como o filme de abertura). As vendas começam no dia 22 e todos os filmes entram online no dia 23 de outubro.

Os filmes

Serão 198 títulos de 71 países, divididos nas seções Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores, Mostra Brasil e Apresentação Especial. Nova ordem, dirigido pelo mexicano Michel Franco e vencedor do Grande Prêmio do Júri em Veneza, é o filme de abertura (a cerimônia será exibida pela Mostra Play e virtualmente apresentada pela Renata de Almeida e pelo Serginho Groisman, no dia 22 de outubro, às 19h30).

Destacamos também como filmes promissores:

Não há mal algum, do iraniano Mohammad Rasoulof, filme vencedor do Urso de Ouro em Berlim

Fábulas ruins, de Fabio e Damiano D’Innocenzo, longa que tem sido comparado às obras de Haneke

Coronation, de Ai Weiwei (que também traz Vivos), filme que retrata o confinamento em Wuhan durante o início do surto de covid-19

Sibéria, de Abel Ferrara, para quem gosta de surrealismo no cinema

DAU. Degeneração e Dau Natasha, produção de Ilya Khrzhanovsky e Jekaterina Oertel que simula o sistema soviético combinando cinema, ciência, performance, espiritualidade, experimentação social e artística, literatura e arquitetura para falar do uso totalitário do poder. São mais de 700 horas de material bruto, que geraram onze filmes, que ainda serão lançados. Se for para escolher um deles, melhor o segundo, que é mais curto (138 minutos, enquanto o primeiro tem 368) e concorreu ao Urso de Ouro em Berlim

Gênero, pan, do filipino Lav Diaz (com apenas 157 minutos, é quase um curta-metragem, considerando a filmografia do diretor)

Shirley, de Josephine Decker, que tenta uma vaga nas principais premiações nas categorias de roteiro adaptado e atriz

Prêmios futuros e festivais pretéritos

São filmes que podem surgir em premiações como o Oscar (postulando uma vaga na categoria de melhor filme internacional):

– Alemanha: Berlin Alexanderplatz, de Burhan Qurbani

– Azerbaijão: Entre mortes, de Hilal Baydarov

– Brasil: Todos os mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, e Casa de antiguidades, de João Paulo Miranda Maria

– Irã: Crianças do Sol, de Majud Majidi

– Itália: Miss Marx, de Susanna Nicchiarelli, e Fábulas ruins, de Damiano e Fabio D’Innocenzo

– Lituânia: Ao entardecer, de Sharunas Bartas

– México: Nova ordem, de Michel Franco

– Portugal: Mosquito, de João Nuno Pinto (candidato para 2021)

– Uruguai: Chico Ventana queria ter um submarino, de Alex Piperno (o filme postula uma vaga também pelo Brasil)

São filmes já selecionados pelos seus países para representá-los em premiações como o Oscar:

– Chile: Araña, de Andrés Wood

– Kosovo: Exílio, de Visar Morina

– Portugal: A herdade, de Tiago Guedes (selecionado para 2020)

– Suíça: Minha irmã, de Stéphanie Chuat e Véronique Reymond

Trazidos do Festival de Cannes

Fevereiro, de Kamen Kalev

Nadia, Borboleta, de Pascal Plante

Josep, de Aurélien Froment,

Dezesseis primaveras, de Suzanne Lindon,

Suor, de Magnus von Horn

Casa de antiguidades, de João Paulo Miranda Maria,

Mães de Verdade, de Naomi Kawase

A morte do cinema e do meu pai também, de Dani Rosenberg

Caminhando contr o vento, de Wei Shujun

Ao entardecer, de Sharunas Bartas.

Trazidos do Festival de Veneza:

Sportin’ Life, de Abel Ferrara, também diretor de Sibéria, apresentado em Berlim

City Hall, de Frederick Wiseman, diretor que recebe o Prêmio Humanidade

Entre mortes, de Hilal Baydarov

A herdade, de Tiago Guedes

Crianças do Sol, de Majid Majidi

– Miss Marx, de Susanna Nicchiarelli

Gênero, Pan, de Lav Diaz

– Zanka Contact, de Ismaël El Iraki

Notturno, de Gianfranco Rosi

Trazidos do Festival de Berlim:

Não há mal algum, de Mohammad Rasoulof

Fábulas ruins, de Fabio e Damiano D’Innocenzo

Sem ressentimentos, de Faraz Shariat

Malmkrog, de Cristi Puiu

Pai, de Srdan Golubović

Dias, de Tsai Ming-Liang

Welcome To Chechnya, de David France

Mamãe, Mamãe, Mamãe, de Sol Berruezo Pichon-Rivière

O problema de nascer, de Sandra Wollner

Desenterrar, de Georgis Grigorakis

O século 20, de Matthew Rankin

Lua vermelha, de Lois Patiño

Animais nus, de Melanie Waelde

Minha jovem irmã, de Stéphanie Chuat e Véronique Reymond

Dau Degeneration e Dau Natasha, de Ilya Khrzhanovskiy e Jkaterina Oertel

Além disso

Dentre os 198 títulos da seleção, cerca de 25% contam com mulheres assinando a direção, entre eles Gato na parede, de Vesela Kazakova e Mina Mileva, Impedimento em cartum, de Marwa Zein, A arte de derrubar, de Aslaug Aarsæther e Gunnbjörg Gunnarsdóttir, Rebeldes de verão, de Martina Saková, e Irmãs separadas, de Daphne Charizani.

Na Apresentação Especial estarão os filmes Escondida (de Jafar Panahi), Uma noite na ópera (de Sergei Loznitsa) e A visita (de Jia Zhangke, que é autor do pôster do ano e diretor de Nadando até o mar se tornar azul, confirmado nesta edição).

Haverá uma homenagem póstuma ao diretor brasileiro Fernando Coni Campos (1933-1988), com a exibição dos longas Viagem ao fim do mundo (1968), Ladrões de cinema (1977) e O mágico e o delegado (1983).

Que comece a #Mostra44!