“RUN” [1X02] – Uma proeza
* Este texto se refere ao SEGUNDO EPISÓDIO da PRIMEIRA TEMPORADA da série “Run”. Para ler a nossa crítica do primeiro episódio, clique aqui.
O segundo episódio da série RUN parece que vai tomar uma direção diferente do anterior: ao invés de começar a partir da última cena, começa mostrando Billy mandando a Ruby a mensagem. Confirma-se (ou não) a versão dada por ele sobre esse contexto.
Em seguida, a interação dos dois tenta esquentar. Não porque Merritt Wever ou Domhnall Gleeson não sejam bons ou não tenham química, mas a mescla entre o sensual e o humorístico não consegue funcionar com um casal que, em si mesmo, não funciona. Por exemplo, se ela está insatisfeita com o marido e disposta a traí-lo com Billy, o que a tornou insatisfeita o quão disposta ela está? Do mesmo modo, não é orgânica a forma como eles se desentendem.
De maneira inesperada, surge uma nova oportunidade para esquentar o capítulo – e, sem exagero, a própria série. Interpretando Derek, Saamer Usmani tem uma participação que acaba sendo tão decepcionante quanto a produção em seus dois primeiros episódios. As melhores piadas que o roteiro consegue criar são relativas a atividades fisiológicas que Derek possa fazer no banheiro e ao nome falso adotado por Ruby.
Nem mesmo o viés supostamente feminista dos minutos finais dão alma ao capítulo. A montagem se equivoca ao colocar Billy ofendendo Ruby duas vezes em um intervalo demasiado curto – leia-se, a elipse é mal feita.
Como resultado de tudo isso, o segundo episódio consegue uma proeza: sem o fator novidade, é ainda pior que o primeiro.
Desde criança, era fascinado pela sétima arte e sonhava em ser escritor. Demorou, mas descobriu a possibilidade de unir o fascínio ao sonho.