“RUN” [1X04] – Repetindo mais do mesmo
* Este texto se refere ao QUARTO EPISÓDIO da PRIMEIRA TEMPORADA da série “Run”. Clique aqui para ler a crítica do terceiro episódio.
No quarto episódio da série RUN, há um leve retrocesso em relação ao terceiro. Talvez não seja mera coincidência a repetição de cenário restrito.
Estruturalmente, o roteiro da obra de Vicky Jones usa mais uma vez a estrutura de flashback no prólogo, porém nunca com uma cena impactante ou surpreendente. A ideia é aclarar o passado diegético de modo que o presente se torne mais compreensível. Seria boa, não fosse o conteúdo tedioso das cenas.
Uma novidade no capítulo é que Ruby (Merritt Wever) e Billy (Domhnall Gleeson) empalidecem face a uma Fiona (Archie Panjabi) muito mais inteligente – e o reflexo disso ocorre também com as atuações. Nos minutos iniciais, o casal se revela inseguro, sendo notória a facilidade de Fiona em perceber isso e usar em seu próprio favor.
Entretanto, existem algumas fragilidades no triângulo. Pior, em relação às três pontas. Primeiro, é estranho como a confiante e decidida Ruby se torna cada vez mais frágil e incerta. Segundo, é um pouco contraditória – ainda que crível – a conduta de Billy, no sentido “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Terceiro, Fiona parece ter superpoderes: como ela sabia o quarto de Billy? De positivo, Panjabi fornece alguma movimentação ao casal sonolento.
Nos minutos finais, a série tem um pouco de ação, com cortes acelerados, música de maior energia e a tentativa de transmitir adrenalina – além de um cliffhanger inócuo. Nem mesmo a adição (breve) de um membro do elenco (Rich Sommer) faz com que o capítulo seja interessante. É mais do mesmo; o que, nesse caso, é um péssimo sinal.
Desde criança, era fascinado pela sétima arte e sonhava em ser escritor. Demorou, mas descobriu a possibilidade de unir o fascínio ao sonho.